O projeto para gerações - história, números, organização
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O Conjunto Ceará é um bairro localizado na região sudoeste de Fortaleza. Em 1977, o governo entregou a primeira etapa do bairro, com 996 casas, estruturadas no modelo de Unidade Vizinhança, de Clarence Perry. O bairro foi inaugurado pelo, então, governador Adauto Bezerra. As casas possuíam um padrão especificado pela Companhia de Habitação, COHAB, sendo diferenciados pelas letras A, B, C, D e E. A segunda etapa do bairro foi entregue em 1978. No ano seguinte, em 1979, a terceira etapa foi entregue, e em 1981, o governo entregava sua última etapa, a quarta. Atualmente são 390,7 hectares, 11 avenidas, mais de 300 ruas e aproximadamente 43.000 moradores (segundo o Censo do IBGE - 2010).
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Segundo dados do Projeto de Desenvolvimento Comunitário do Conjunto Ceará, o Prodecom, em 1988, o bairro possuía cerca de cinco pessoas por moradia, em 1998, foi registrado, pela mesma pesquisa, um número semelhante de pessoas por residência. Já em 2008, esse número caiu para cerca de quatro pessoas por casa. No Censo de 2010, organizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, IBGE, o Conjunto Ceará possuía 42.894 habitantes sendo composto por 19.848 homens e 23.046 mulheres. Em relação a idade da população do bairro nos seus primeiros anos, de acordo com o Prodecom, em 1988, a média era de 20 anos e quatro meses.
Para o historiador e professor, Evaldo Lima, a implantação do Conjunto Ceará seria uma das formas de resolver o problema do déficit habitacional da região da Estiva até à Veneza (bairros Jurema e Granja Portugal, respectivamente). “O que é muito interessante é que mesmo, o projeto é de 1970, mas as primeiras unidades só vão ser entregues mesmo em 1978, durante o governo estadual do Adauto Bezerra, aqui no Ceará. O projeto é vanguardista, porque o projeto de Unidade de Vizinhança quer dizer o conceito de cidade policêntrica”, comentou.
"O projeto é vanguardista, porque o projeto de Unidade de Vizinhança quer dizer o conceito de cidade policêntrica” Evaldo Lima
No começo de sua história, foram construídas 8.105 casas, distribuídas em cinco modelos, classificados como A, B, C, D e E, diferenciadas por tamanho. Também foram distribuídos 645 terrenos em vários pontos do bairro. Todo o terreno que hoje conhecemos como o bairro era parte da propriedade de Bezerrinha, um rico latifundiário, que também era proprietário do terreno do bairro Bezerra de Menezes.
Diferente de muitas regiões da cidade, o bairro Conjunto Ceará nem sempre foi independente. Ele fazia parte da Granja Portugal até que, em 1980, o presidente do conselho de moradores e o dono da primeira farmácia do bairro, José Barros Crisóstomo, 61, (ou Seu Crisóstomo - como é conhecido), tomou a frente dessa luta por independência local e exigiu ao então prefeito, Ciro Gomes, a desvinculação do bairro. A Lei 6.504 de 11/10/89, de iniciativa vereadores da época, Gorete Pereira, Inácio Arruda e Sérgio Novais, deu o título oficial de bairro ao Conjunto Ceará. O bairro tem um histórico de lutas políticas muito grande: ele foi responsável pela eleição de Ciro Gomes, além de terem candidatos eleitorais que se dizem representantes do bairro.
Para a ex-moradora do bairro, Inez Ferreira, o bairro significa comunhão entre pessoas, “ele aglutina muitas pessoas, é concentrado, você sabe qual é a rua daquela pessoa, se conhece depois nas pracinhas, nos bares, então é muito legal isso.”
Moradores por residência
Em 1988, o bairro possuía cerca de cinco pessoas por moradia.
Em 1998, o bairro também possuía cerca de cinco pessoas por moradia.
Em 2008, esse número caiu para cerca de quatro pessoas por casa.
Fonte: Prodecom